31 de dezembro


Diário de Bordo, 31 de Dezembro de 2008 - ouvindo nada

14: 02: Encima da árvore, novamente na casa da minha vó e na mesma condição até dia 1 de janeiro.

Eu não acredito que acaba o ano hoje. Tipo, é hoje que tudo acaba mesmo, entendeu? Isso é melancólico demais. Eu ainda me lembro do primeiro dia de aula realmente como se fosse ontem: durmindo na casa da Tizi (na verdade durmir pode não ser o termo certo para o que fizemos: passamos a noite toda acordadas morrendo de ansiedade do primeiro dia de aula, e ainda, do primeiro ano). Eu cheguei a sonhar nas férias do ano passado com o primeiro dia de aula. Tinha um grupo de garotos bonitos e chatos e um grupo de espinhentos feios e barrigudos mas muito simpáticos e engraçados, e tinha uma guria; por acaso apenas ela, eu e a tizi na sala; de cabelos loiros bem compridos e bonitos (o melhor é que no primeiro dia de aula a Bárbara branca ficou na minha sala e eu fiquei com a nóia de que eu tinha sonhado com ela sem saber que ela tinha ido pra minha turma. Foi coincidência ou eu tive uma visão? Você decide *aponta*). E depois de tudo isso, vou para 2009. 2009 vai chegar amanhã. Segundo ano, pretendo (que os deuses me ajudem) conhecer gente nova, pretendo ter mais direitos de usar uma tal camera fotográfica de um tal pai que não entende o amor da filha por fotografia, pensar em trabalho legal e ganhar dinheiro antes da faculdade, arranjar alguém (se é que você me entende), dar tchau pra Camila no meio do ano (nossa, falando assim parece que ela vai morrer), e pensar sério no que fazer afinal. Veterinária? Arquitetura? Fotografia? Ser uma escritora fracassada? Ser dona de uma loja de decorações mara (meu real sonho)? Alguma outra coisa aleatória? Eu não sei!!!!! Eu não sei o que fazer da vidaaaa!!!

14: 16: Tá, eu já sai de cima da árvore. Uma hora a caneta caiu, e meu simpático priminho de 10 anos roubou ela de mim. E eu não quero passar novamente pela situação desagradavel de correr atras dele por toda a extensão da casa da minha vó e além.

Escrevi meu nome na árvore. A Beatriz me devolveu "Helena" do Machado de Assis, eu emprestei pra ela. Agora pretendo ler. Ela disse que é muito triste. Um romance dramatico e de época. Tem coisa melhor?

14: 21: Rodrigo caiu da árvore. Já é a segunda vez em uma semana e a perna dele ta com um corte de pelo menos 10 cm. Eu muito prestativa comecei a riri da cena e a escrever aqui em vez de ajudar a pobre criança. Mas três segundos depois do estrondo da bunda dele batendo na grama minha dinda veio resgata-lo, ela estava ali do lado estendendo roupa.

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