26 de novembro


Diário de Bordo, 26 de novembro de 2008 - ouvindo nada

15:08: Odeeeeio isso tudo. Tirei 4 Ss no boletim e agora to0 sem computador, internet, e ainda por cima, meu radio e mp4 não funcionam. A minha unica opção é ouvir minhas fitas cassete. Eu tenho só um. E nesse CD, que foi minha tia que me deu, tem uma musica do barão vermelho e atras, do outro lado, tem musica clássica, deve ser bethoven ou algo assim, e eu não acredito que eu ouço bethoven e barão vermelho e que isso seja a unica coisa que eu posso ouvir NO MEU QUARTO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

15: 12: Ta, to um pouco melhor. Mas agora eu não posso mais escrever nada, porque eu to sem computador. E eu acabei sem querer, me viciando no computador, e só consigo escrever lá (isso não é bom). Então, eu não to mais escrevendo nada. Eu domingo entrei escondida, e depois meu pai foi la no meu quarto e me mandou desligar. Sorte que eu consegui escrever o que eu queria e imprimir. eu fiz dois sonetos (eu to numa época soneto, to adorando escrever sonetos, sei la):


Diferente

E... se tudo fosse diferente
e... se eu tivesse discutido
e... se eu tivesse cedido
Você me perdoaria?

Eu tentaria de tudo, prometo
Porém, você me aceitaria novamente?
Teria sido melhor?
Você sabe a resposta?

Se eu tivesse enxergado o presente
antes do futuro...
e se eu o abandonasse?

E se eu tivesse realmente mudado
e se eu tivesse feito tudo certo
você ficaria ao meu lado?


Doce

Você é um doce
Oh, tão doce
Derrete na boca
Vou desmaiar

O que me diz quando põe aquela calça
sua gravata e cinto
não se esqueça do chapéu
venha logo, amor

venha pra cá
siga o cheiro do meu perfume francês
oh, você é um doce

não quero mais esperar, amor
traga champagne
muito, muito



Ta, concordo que o ultimo ta bastante estranho, mas eu tava ouvindo candyman da christina aguilera enquanto escrevia, então vocês devem entender de onde veio essa inspiração.

tem uma poesia minha um pouco velha ja, e eu modifiquei ela, pra ficar mais sonoro, menos cheio de coisas e com a leitura mais aberta. Bom, que seja, vou mostrar:


Um Último Adeus

O que faria se estivesse naquele avião?
E se estivesse naquele ônibus?
O que faria se estivesse ao lado
e não pudesse fazer nada?
Sente-se impotente...
Sente-se inútil...
Não pôde ajudá-la
Não pôde ajudá-lo
Ele está estentendo a mão pra você
Magro, branco e sem voz
Ele ainda pede a sua mão
Você apenas o olha
Não se mexe
Não diz uma palavra
Apenas vemos a água em seus olhos
Você não quer mostrar que está chorando
Mas ele vê
Ele tenta mais uma vez
Uma frustrante tentativa de lhe pedir a mão
Mas você não vai
Você está chorando por dentro
E sai do quarto de hospital
E o deixa lá
Não que você não o ame
Mas sabe que vai ser a última vez que vai vê-lo
Não há como mudar isso
Era a última visita
Era um último adeus
Era uma última despedida
E eu espero que você saiba
Que eu sempre te amei
Você me fazia piadas do tipo:
"Eu acho que conheço essa garotinha de algum lugar?"
A sua garotinha o olhava e ria timidamente
Você não foi forte o bastante
Nem poderia
Mas aquela foi a última
A última despedida


Tá, é bem emo, e não ta tão bopm assim, apenas imagine que estava pior do que isso... (essa não foi uma boa desculpa)

e eu me despeço, da sala de informática do colégio (sente o desespero, esse é o unico site que eu geralmente entrava no meu computador e que pega aqui)

tchau!!

1 de novembro


Diário de Bordo, 1 de novembro de 2008 - ouvindo nada

17: 53: Hoje, nesta mesma hora, eu deveria estar voltando para casa. Teria ido a pé ou de carona devolta pra casa, acabaria de ter saido da casa da Julia. Iriamos ter ido a praça imperatriz leopoldina, ter feito um piquenique, mas não fizemos. Fiquei em casa a tarde inteira. Porque eu não sai, porque eu não fui no piquenique com a Julia, a tia, a Cahh, o Bruno, a Barbara, a Marina, a Contstance, a Heloisa, o Vargas... ? Foi cancelado. Um dos amigos que viriam ao piquenique morreu, um dia antes. Ele moreu, simples. Porém, dificl. Eu não o conhecia ele, então me pego novamente com uma pergunta que me assombrava desde julho de 2007. Seria melhor ter conhecido a pessoa, antes dela partir, ou não, para não sofrer? Eu não sou daquele tipo de gente que prefere não conhecer para não sofrer depois. Como dizia certa pessoa de um filme: "viver seria uma incrivel aventura!" Mas eu já estive a pouco de conhecer pessoas, mas não conheci, e elas parteem antes disso acontecer. Ou depois, porém, por algum motivo, eu não as conheci. Fato é que, pode parecer ridiculo, mas o destino esta me privando de sofrer. Ea vida, sem sofrimento ou mesmo dor. Eu acredito que não há a vida em sua plena existencia sem a dor ou o sofrimento.

No dia 17 de julho de 2007 acontece um dos acidentes aéreos brasileiros de maior impacto nas últimas décadas. O avião da TAM pousa fatalmente, matando mais de cem pessoas. Dentro daquele avião estava a Tais, amiga da Camila. Ela morreu em Julho sem termos nos conhecido. No aniversário da Camila da sétima série, eu não fui, ela estava lá. Eu havia me esquecido completamente do aniversário da Cahh. Eu poderia ter conhecido, mas não conheci. Eu deveria conhece-la com certeza em setembro do ano passado, no próximo aniversário da Cahh. Mas ela morreu antes.

Dia 16 de agosto de 2008, Anime Z, eu estava lá com a Cahh, o Guilherme e a tia. Dois amigos do Gui iriam ir. Mas não foram, e no dia seguinte eles morreram em um acidente de carro. Outras pessoas que eu poderia ter conhecido e não conheci.

Na quarta série, a Jéssica havia me convidado para ir ao sítio do avô em Taquara. Eu não pude ir, e não conheci seu avô. Sexta retrasada, ele morreu. Eu iria conhece-lo no aniversário da Jé essa ultima sexta e não conheci. Na verdade, tive duas oportunidades de conhece-lo e não conheci. E agora o Vinnie. Eu hoje estou um pouco sensível por lembrar de tudo isso, e depois de ter visto aquela cena terrivel e melancólica de tudo o que eu ja vi envolvendo pessoas que eu realmente conhecia, eu estava presente. Quando a tia veio me abraçar com as bochechas avermelhadas de tanto chorar e a Julia do lado de fora, com o guarda-sol na mão e chorando, porém, ela não estava com água salgada por todo o rosto, mas apenas sua expressão de dor já dizia tudo pra mim naquele momento.

Estava tão sensivel que até chorei quando via Peter Pan e Cavaleiros do Zodiaco. Mas a verdade é que eu queria ter conhecido essas pessoas. Elas morreriam e eu sofreria. Eu, enfim, viveria.

Beijos sensiveis, um abraço forte e especiais para a Cahh, ao Guilherme, a Jéssica e especialmente a tia e a Julia.