11 de Março


Diário de Bordo, 11 de Março de 2009 - ouvindo nada


15: 30: Estava saindo da casa da vó e fomos eu, meu pai e o Pedro a pé até em casa. Fomos por um lugar que fazia um tempão que eu não andava. Era perto da minha ex-casa. Eu lembro eu e a mãe voltando do banco, ou da creche, e nós compravamos algum lanche pra comermos no caminho até em casa. Iamos comendo e eu saia correndo com a comida. Nesses momentos as mães sempre fazem algum comentário sobre a comida que você deixou cair no chão. Tenho saudades. O pai foi comprar um cartão telefônico e encontrei nana 4 na tabacaria. Comprei e estava lendo agora a pouco. Mas não to nem na metade. To cada vez mais achando que elas vão ter um caso. Mas eu gosto do mangá. Não que eu goste de ler histórias de mulheres lésbicas. Mas me identifico com uma delas. Na verdade um pouco das duas. Mas mais com a Nana Komatsu, ou nana 1. Eu era como ela a uns dois anos atrás. Vivia gostando de caras e estava sempre gostando de alguém. E mudava frequentemente. Sempre me apaixonei muito rápido e confundia (ainda confundo e acho que vou sempre confundir) amizade com amor. Eu já me apaixonei por um amigo (eu o considerava como tal) meu. Mas depois que ele descobriu, nunca mais falou comigo, e acabou por isso mesmo. Eu nunca me apaixonei de verdade. Mas o menino que mais me marcou foi um na quinta série. Cabelos loiros quase brancos, olhos extremamente azuis, ele era um pouco diferente do resto. Usava umas roupas estranhas e quase nunca usava o uniforme da escola. Eu lembro bem da primeira vez que notei ele. Ele havia chegado três dias depois do primeira dia de aula. E então acho que no quinto dia eu e a Jéssica estavamos no recreio, sentadas em um banco da arquibancada e ele em outro, perto da gente. Foi quando a Jéssica me falou que achava que o loirinho estava afim de mim, porque ele não parava de olhar pra mim. Eu virei o rosto e nossos olhos se encontraram de imediato. Ele estava com uma expressão séria. Eu, num ato estranho (eu não sei porque agi assim), disse que o problema era dele. Uma semana depois, estava apaixonada por ele. As vezes eu virava pra ele e ele estava olhando pra mim. Até que em 6 de agosto de 2004. Ele saiu do colégio. Sempre soube o dia do aniversário dele(6 de Dezembro). A Jéssica sempre soube que eu gostava dele, e disse que eu deveria falar pra ele no ultimo dia de aula. Eu, claro, morri de vergonha e não falei. Então ela foi lá, roubou sua caneta e disse que se ele não falasse que me amava, ela jogaria a caneta pela janela, rindo. Ele não se importou, achou que ela não jogaria. E ela jogou (maluca, eu sei). Ele foi olhar pela janela pra ver onde a caneta caiu e nisso ela puxou o cabelo dele (como ela adorava fazer com os meninos, ela simplesmente espancava eles todo recreio, e sempre teve muitos amigos homens por isso) e disse que só soltaria se ele falasse que me amava. Ele falou, mas baixo. Ela apertou mais ainda e no prédio se ouviu um grito de eu te amo desesperado. O que será que as professoras acharam disso?


Depois disso, até o final do ano, acho que cheguei a sonhar quatro vezes que ele voltava pro colégio. No ano seguinte, fui pro sinodal.


Lá não foi diferente, assim que entrei no colégio, me apaixonei de novo. No ano seguinte também. Mas no final da sétima, eu quase fiquei com um menino. Mas era uma pressão tão grande pra ficar com ele. Que eu simplesmente não consegui fazer isso. Acho que não estava pronta. Foi a primeira e ultima vez (até agora) que alguém teve a coragem de dizer que gostava de mim. O garoto diz por ai que eu o beijei. Mas na verdade quando ele foi me beijar, eu fui pra tras (tanto que bati a cabeça na parede) e nossos lábios apenas encostaram. Eu então nunca beijei. Então conheci a Camila e a Gabriela. Desde então, alguma coisa mudou. Eu simplesmente parei de gostar. Eu vi que se eu tinha amigas, não precisava amar mais ninguém. E disse que não ia mais amar. Porque eu tinha amigas. A Gabriela saiu, entrou a Tizi e continuou igual. Foi ai que a Tizi começou a brotar em mim a idéia de que eu realmente precisava amar alguém. Precisava ter alguém. E em boa parte do ano passado eu pedia um garoto pra abraçar e ficar comigo. Ele ainda não chegou. Mas na verdade estou a dois anos sem gostar de ninguém. Eu me sinto extremamente nana 1, com ela foi exatamente assim. Ela se apaixonava por todo mundo. Depois terminou com o shoji, conheceu amigas e agora disse que não precisa de namorado, que ja tem a nana 2. Espero que nós duas encontremos alguém.


Espero mesmo...

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