8 de outubro - 1/2


Diário de Bordo, 8 de outubro de 2008 - ouvindo "All the things she said - Tatu"


Primeira parte (desculpa, é grandinha demais pra botar em um treco inteiro desses):


18: 13: Não tenho caixas de som, porém, quando não to afim de ouvir diretamente sobre minha orelha, coloco os fones sobre a mesa e coloco no volume maximo de todo o computador, e dai sai a musica e eu consigo ouvir muito bem, mas fico pensando, quando eu ganhar minhas caixas de som, como vai ser? Bom, não importa, talvez isso demore muuuuito tmpo. Meu pái dise nas férias de verão que iria me dar internet e computador, quando passa-se um mês ele diz que não vai me dar a internet, e ainda não deu. Vez ou outra ele chega me dizendo que acha que se botar junto da parede com a sei la qual internet de não sei qual provedor, talvez de pra botar internet no meu computador, então não sei o que se passa pela cabeça de meu pai. Ontem eu resolvi procurar musicas de total delirio musical, eram TOTALMENTE fora de sintonia. Era: The Prince, Tatu, McFly e Poison e no fim do dia Legião Urbana?!?Oo


Sim, eu também não entendi.


Estava me recordando da primeira vez que ouvi Tatu na minha vida, nunca suspeitei que as meninas que cantavam eram as mesmas da tal revista da capricho que meu pai sensurou do meu quarto. Sim, eu explico. Estava eu no meu quarto lendo witch (sim, eu gostava) quando minha mãe disse que tinha uma coisa muito legal pra me mostrar, uma revista da Capricho. Na época, minha prima gostava de capricho (ainda gosta) e na minha família, eles gostam de comparar eu e a vitória como uma entidade só, então, se a Luana gosta de ir junto com sua vó tomar chá com suas amigas da igreja (amigas da minha vó, não as minhas) a Vitória também gosta. Se a Vitória gostava de Pitty e Friends, a Luana também (tanto que de natal eu ganhei um DVD de Friends, nunca entendi isso). Então, minha mãe chega com a revista, haviam duas meninas de blusas pretas e calcinha na capa, uma eu gostei do cabelo (era a Julia, de cabelo preto), só lembro disso. Quando leio que "Namoro entre garotas poderia ser jogada de marketing?". Eu, normalmente, largaria a revista no canto e continuaria lendo witch, na qual estava com minha atenção voltada... Perai, que atenção, sempre tive problemas de deficit de atenção e sempre fui muito curiosa.

Então resolvi ler sobre o namoro entre meninas. Com o passar do tempo, começava a ganhar mais revistas da Capricho do nada pela minha honoravel mãe. Bom, sempre vi o homossexualismo como algo paralelo a vida normal de todo mundo. É uma coisa normal, que sempre existiu. E que eu sempre aceitei muito bem, estando de fora. Até porque, acho que na época, se eu recebe-se a noticia de que, sei eu, minha prima vira-se lésbica, eu acho que ficaria um mês digerindo isso. Mas acho que agora acho isso mais normal, amadureci nesse ramo, então, se chega-se alguém de meu convivio falando algo do tipo, eu talvez fica-se pensando um pouco sobre isso, mas no final me acostumaria com a idéia e pronto, duraria uma semana esse incomodo, mas depois segue a vida, voltaria a rotina normal. Agora, o problema foi meu pai.


Eu, muito esperta, e totalmente atirada da vida. Deixava minhas coisas rolando em qualquer lugar (esse é um grave erro meu). Quando deixo uma revista, esta mesma que comentei no começo, da Tatu, encima da mesa de meu quarto. Fui tomar uma água quando volto a revista some, procuro em todos os lugares e nada. Quando em duas semanas, vejo a revista no meio no quarto dos meus pais. Vou até meus pais alegando que eles roubaram minha revista. Meu pai me pergunta quem me deu essa revista gay. Eu digo que foi a mãe, mãe não entende nada porque esta ocupada com a janta. Meu pai disse que aquela revista não era coisa para uma menina de 11 anos ler. Bom, na verdade, na época, não entendia muito bem o que esse tipo de coisa poderia ser de tão ruim para uma criança ler. Mas...


Então a revista é confiscada por meu pai e permanece por dois anos escondida por meu adoravel pai. Até que depois minha mãe volta com a revista do tumulo. Bom... desde então a revista esteve em meu dominio. Bom, deu pra perceber que meu pai é homofóbico. Acho que se o Rodrigo (é o mais provavel) chegasse ao meu pai e pra toda a minha família e dissesse que era gay, meu pai nunca mais olhava pra cara da criança. E nunca mais seria a mesma coisa para com os dois. Meu pai é extremamente preconceituoso com essas coisas. Minha mãe tem uma amiga que é lésbica assumida, ela deve ter uns 50 anos e leva "garotas" pra casa dela. Meu pai vive fazendo piadas com ela. E eu acho isso meio chato da parte dele. Porque ela é bem legal e se tu olha pra ela, não parece de forma alguma que ela é lésbica. Na verdade, eu acredito que conseguimos reconhecer um gay muito mais facilmente do que uma lésbica. Mas isso é outra história.


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