15 de agosto


Diário de Bordo, 15 de agosto de 2008 - ouvindo nada

21: 29: As vezes eu penso. Como não enlouqueci ainda?!?!

Hoje a noite foi horrível. A minha mãe realmente me odeia. Não tem outra explicação pras loucuras que ela faz contra mim. Ela deve fazer esse papel de mãezinha que quer saber onde eu vou só para manter uma aparência falsa pro meu pai. Porque eu sinto o ódio, o ciúme, a frustração de ter uma filha como eu. E eu fico muito triste com isso. Escrevendo isso agora, me desabo em lágrimas. Elas correm sem rumo, mas as palavras da mãe tem rumo certo. Elas causam dor e sofrimento no meu coração...

As vezes penso em largar tudo e simplesmente pensar: "Esqueça, você nunca vai ser boa. Abaixe a cabeça e faça tudo o que ela mandar. Assim, você se curva e ela te molda do jeito que ela quizer. Nunca terá a liberdade. Nunca seja você. Seja sempre dura e séria. Não ria. Não faça muitos movimentos. Ria das piadas idiotas e nojentas dela apenas. Seja a filha ideal. A filha responsável, a filha queridinha com as pessoas, a filha sociável, que da oi e beijinho em todo mundo que vê, seja a filha que fala com sutileza enquanto sua mãe pisa em ti e fala: fica aí que eu agora vou dar um guspe na tua cara. Faça tudo o que ela pedir, leia os pensamentos dela para saber o que ela esta pensando e o que esta querendo. Seja a filha que não fala nada, que é intocável e tenha que se portar sempre de um jeito diferente na frente dela. Que esteja la sempre mantendo a mãe em plano elevado. Não se preocupe com você. Se preocupe com ELA.

Esqueça você, você não existe mais, agora você não é a Luana, você é a escrava da Luciana.

Mas sei que se eu for isso tudo. Vou ficar como ela. E a última coisa que eu quero ser é como ela. Não é aquela mãe heroína que as pessoas imaginam de suas mães. As vezes aquela admiração, nem que seja mínima, por ela. Eu vou odiar a minha mãe pro resto da vida por ela me feito assim e que ela é a culpada por tudo que eu sou hoje. Do mesmo jeito, eu vou viver bem longe da minha mãe e não vou querer conversa com ela quando for ter minha vida. Eu vou ser maior de 18, vou ter meu sustento. Minha família, então não precisarei mais dela. E ela que vai morar num asilo bem ruim e deu. Sei que isso é horrível de se pensar. Sei que ela foi a puta da mulher que pôs esse bicho aqui no mundo. Mas ela nunca foi uma mãe atenciosa, querida, companheira, acolhedora, ouvindo minhas idéias e desenvolvendo elas, nunca incentivou minha fala (falando assim, parece que sou uma muda, mas as vezes não precisa nem ser muda pra não saber falar, eu realmente tenho muita dificuldades pra me expressar), meu social com os outros. Eu sempre fui a estranha que em vez de dar oi dá um sorriso para as pessoas. Sempre foi a demente, que nunca pensou por si e que nucna vai saber cuidar de si mesma. Acho que ela repetiu tanto essas palavras que isso só fez eu regredir. Ela acha que tem problemas, que é uma mulher mau amada, que ninguém se importa com ela e deixa ela fazer tudo. Que ela tem que trabalhar quenem uma escrava e que ninguém pede ajuda dela. Porque ela mesma não pede ajuda? Depois eu não sei falar as coisas, né?

Talvéz muitos pensem que o que eu escrevo aqui é imaginação da minha cabeça. Que o Diário de Bordo não é de verdade. Que é só coisas da minha imaginação. Mas não é. É tudo real. Tudo aconteceu mesmo. E eu não preciso ficar exagerando na imagem da minha mãe. Ela é tudo isso aí que eu falo. Uma baixinha, cabelos loiros, gorda, cheia de sardinhas e muitas olheiras embaixo do olhos. Tem uma cara de mulher mau amada e que não tem naaada de autoestima. Roupas velhas e gastas com o tempo.

Essa é minha mãe.

Até os dezoito. Devo obedecer ela. *cochicha: faltam três anos* Estou na casa dela. E provavelmente a minha faculdade ela que vai pagar. Então ficarei mais um tempo com ela. Tendo que me esquivar dos raios da morte da minha mãe.

Será que eu aguento?

Boa pergunta...

Obs.: Sim, eu estou bem emo, foi mal^^'

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