12 de maio


Bordo, 12 de maio de 2009 - ouvindo nada


18: 43: Estive pensando...pensando em mim como pessoa. Como um ser vivente. Pensei em me auto-resumir. Mas então cheguei a duvida de falar por dentro ou por fora. Por fora primeiro: considerei mais fácil.


Do meu cabelo não poderia falar, eu posso mudar a cor ou o corte, na cor sendo pouco provável: eu gosto da cor do meu cabelo, mas confesso que tenho vontade de me ver com outras cores. Tenho muita sede de experimentos. De experimentar tudo o que eu puder experimentar. Claro que meu pai ficaria louco da vida e raparia meu cabelo a força de eu chegasse em casa de cabelo vermelho, ou preto, ou laranja. Mesmo já tendo dissertado diversas vezes do fato de existirem no mercado diversas linhas de produtos para colorir o cabelo, e que alguns deles não chegam a alterar a raiz do cabelo. A ultima coisa que eu quero é fazer algo com a cor do meu cabelo e nunca mais recuperá-la. Estou fugindo do assunto. O fato é que não poderia falar sobre meu cabelo. Pensei na boca: se eu tivesse de escolher entre notas por bocas, para uma amiga minha (não quero citar nomes) eu daria 9 pela boca dela, para as outras duas eu daria oito e seis. Porém, para a minha eu daria 8,4. Não é nove, não é oito, e o numero 8,5 me da a impressão de ser demais: 8,4 é perfeito. Então minha boca receberia um B: não é ruim, é bom, mas também não é perfeita. Pensei então em meus olhos que, desde o inicio da minha pré-adolescência eu presto mais atenção do que no resto do meu corpo. Eu valorizo os olhos das pessoas. É algo que eu presto bastante atenção. Algumas pessoas eu praticamente leio só pelo olhar. Então comecei a filosofar sobre o olhar: o jeito que cada pessoa olha para as coisas. Olhar de amor, olhar de indiferença, olhar de ódio, olhar de desconfiança. Na maioria das vezes meu olhar não diz o que eu realmente estou sentindo no momento. Ele pode enganar. Eu considero meu olhar um olhar triste e cansado, o que me frustra muito. O fato das pessoas lerem meus pensamentos (tentarem) pelo meu olhar me frustra mais ainda. Por que eu já tive dois casos (que eu me lembre e que me falaram) de pessoas que me entenderam totalmente errado me lendo pelo meu olhar. Então minha “filosofação” sobre olhar furou, pelo fato de meu próprio olhar não condizer com ela.


Resolvi então partir para meu eu interior, minha personalidade, esta provavelmente vai sofrer pouca alteração durante essa fase que estou vivendo. Essa fase de segundo ano está sendo uma fase bem difícil para mim. Eu tenho muitas crises de solidão, eu tenho crises de filosofar cada vez mais contínuos, ultimamente ando pensando no mundo como um lugar muito mais difícil e complexo do que ele realmente é. A alguns dias atrás, estava arrasada. Me sentia o ser mais sem sorte do mundo. A verdade é que eu vi como o mundo pode ser injusto pra mim. Eu comecei a ter inveja de muitas pessoas (sempre me considerei ávida de tal sentimento, vejo agora que não). E agora vejo que a inveja é boba e a única coisa que você ganha é baixa auto-estima. O que é horrível.

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