14 de Outubro



Diário de Bordo, 14 de Outubro de 2012. Ouvindo nada.

Dando uma parada nos estudos (tenho um trabalho importante pra daqui a 2 dias, estou zonza de tanto ler), fui tomar uma água na cozinha quando me deparo com minha mãe selecionando, organizando e rasgando fotos (sim, ela estava fazendo isso). Eu vi aquelas fotos rasgadas em mil pedacinhos e permaneci em estado de choque por alguns segundos. Discuti com ela, mas a destruidora de fotos se mostrou irredutível quanto a suas reais intenções. Voltei para o quarto e refleti sobre isso. Não sei se tanto minha atual formação acadêmica quanto minha própria personalidade e visão de mundo foram maiores para mim nesse momento, mas para mim, destruir lembranças e memórias é um crime. É minha opinião.

Minha mãe poderá continuar rasgando as fotos, poiis não posso impedi-la, afinal, as fotos são dela. Mas que fiquei tremendamente chateada e triste, isso eu fiquei.

Isso me fez lembrar de um sonho que eu tive a uns dias atrás. No meu sonho, eu havia invadido o Museu da minha cidade, no meio da noite, junto com mais três pessoas (que eu não conhecia). Haviamos mexido nas coisas do museu. Alguns minutos mais tarde, a polícia chegou e eu fui presa. O fato de eu ter sido presa me abalou muito no sonho. Enquanto sonhava, imaginava minha vida inteira sendo jogada fora, e me senti a pior pessoa do mundo por ter feito isso comigo e com minha família. Porém, quando acordei e contei meu sonho a todos, o que me perturbou mais não foi tanto o fato de eu ter sido presa, mas o motivo do porque eu havia sido presa. Eu não tinha matado nem roubado ninguém, mas eu havia invadido um Museu, mexido em memórias, passados e patrimônios históricos antigos que para mim, na realidade, são muito importantes. Na vida real eu jamais faria isso e julgaria as pessoas que tivessem feito isso. O sonho me mostrou fazendo isso, que eu condenaria fortemente. E isso me fez ver o quanto essa visão do passado e da memória me causa tantos sentimentos passionais a ponto de eu me assustar com um sonho e brigar com a minha mãe.

São coisas que andei pensando nos últimos dias. Sei lá. Acho que é isso!
Até algum dia! :)

E se alguém se interessar ou só quiser saber que foto é essa no início da postagem: Eu tirei ela quando fui visitar a mostra que ocorreu no Santander Cultural no primeiro semestre de 2012 sobre o artista Arthur Bispo do Rosário. Nessa obra ele pretendia demonstrar o mundo nessas peças que ele mesmo fabricou no manicômio onde viveu recluso toda a sua vida. Ele foi diagnosticado na época com esquizofrenia-paranóide. Mesmo considerado um louco na época, é um grande artista hoje em dia. Ele tem catalogado mais de mil obras consagradas no mercado internacional de arte contemporânea. Quer ver as outras obras e saber mais sobre a vida do cara? Pesquise Arthur Bispo do Rosário! ;)

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